Olá a todos os nossos amigos e leitores.
O segundo semestre de 2017 foi muito agitado! Mudanças e mais mudanças aconteceram, então nosso tempo e energia foram todos direcionados a essas mudanças, o que fez com que nós ficássemos em "off" com nossas aventuras.
Mas, o tempo passa, e 'quase' conseguimos voltar à rotina, então arrumamos um sábado de folga, dia 24/02, e fomos atrás do último local ainda não conhecido por nós da Serra Catarinense, o alto e gelado
MORRO DAS TORRES
em Urupema, a cidade mais fria do Brasil.
Porém, para chegar lá, tivemos que passar pela Serra do Corvo Branco, e aproveitamos para conhecer alguns pontos turísticos de Urubici que ainda não conhecíamos.
Abaixo, a rota que fizemos nesta viagem:
Saímos de casa por volta das 7 da manhã, um pouco atrasados, e logo já paramos em Urussanga para um café na lanchonete Boccardo, na localidade de Rio Maior. Um delicioso café na caneca e um sanduíche de pão caseiro com queijo e salame colonial. Bom e barato, do jeito que gostamos.
Seguimos nosso planejamento até Orleans, e pegamos um atalho para Aiurê, uma vila que fica aos pés da Serra do Corvo Branco.
Optamos por este caminho por dois motivos:
Primeiro, o trecho de Grão Pará até Aiurê ainda está em obras, isso significa pedras soltas, poeira (tem algum movimento nessa estrada), e eu gosto de aventuras, mas não de sofrimento.
Segundo: esse trecho é de chão batido, mas a estrada é boa, além de ter as paisagens muito bonitas. E de quebra ainda passamos por Invernada, um lugarzinho perdido onde tem uma escola rural onde a Lisi foi professora, assim ela pôde matar a saudade, mas nunca mais quer passar por lá, hehe.
Então, depois desses 38 km de chão batido, chegamos em Aiurê, e dai pra frente seguimos por 12 km até o pé da Serra do Corvo Branco.
A estrada ficou belíssima, uma subida constante e uma sucessão de curvas de tirar o fôlego!
Daqui uns dias eu vou precisar disso, haha
A estrada ficou um capricho
Para chegar ao pé da serra agora é rapidinho.
Mas o asfalto acaba assim que a estrada começa a subida da serra. É de uma vergonha total por parte do governo, abandonar a obra assim. Segundo relatos de engenheiros, eles simplesmente não sabem o que fazer para asfaltar a parte da Serra. A estrada é estreita, e segundo esses relatos, o jeito vai ser ficar como está. Inacreditável...
Apesar de ser de chão batido, a estrada na serra estava numa condição razoável.
Tudo vai ficando muito bonito.
É por ai mesmo!
O visual é muito bonito.
Quase chegando ao topo.
A estrada da serra é bem curta, tem cerca de 5 km.
Mas a paisagem e a emoção são de tirar o fôlego.
O potencial turístico dessa região é enorme, porém, não há nenhum incentivo do governo para essa parte. Um verdadeiro descaso. Além disso, parece que o povo da região, os empreendedores ainda não descobriram esse lugar. Pode ser feito tanta coisa, mas está assim, tudo deserto... não há estrutura alguma para o turista. As serras Catarinenses são de uma beleza incomparável. As serras gaúchas, nesse quesito, ficam muito atrás. Só que lá no Rio Grande do Sul houve investimento, e o movimento de turistas é infinitamente maior. Porém, estamos em pleno 2018, e as estradas por aqui ainda são de chão batido...
Tem umas 4 curvas...
Um capricho da natureza.
Não existe um mirante, ou um topo da Serra do Corvo Branco, apenas pequenos refúgios onde é possível parar e ter uma vista da grandiosidade deste lugar. Pouco conhecida, é endereço obrigatório de motociclistas de todo o Brasil. Já indiquei este lugar para muita gente que veio em busca da Serra do Rio do Rastro, e que nunca tinha ouvido falar da Serra do Corvo Branco.
Este nome foi dado pelos primeiros colonos que chegaram a região, pois ali é um habitat natural do Urubu-Rei, uma grande ave de rapina de plumagem branca. Como acharam se tratar de um corvo, o local ficou assim conhecido.
No final da subida da Serra do Corvo Branco, foi feito o maior corte em rocha de arenito do Brasil, com cerca de 90 metros de profundidade. Na placa consta como rocha basáltica, mas o corte foi feito em arenito.
Vencida esta estonteante etapa da nossa trip, seguimos para um local ainda não visitado por nós até então, a bela Gruta Nossa Senhora de Lourdes, em Urubici. Foram mais alguns quilômetros de chão batido, e novamente chegamos no asfalto.
A Gruta é um local muito bonito, com uma cachoeira, então tem um estreito caminho por trás da cachoeira, que costeia uma subida rente a parede de pedra, e é possível chegar mais no alto, de onde começa a queda d'água.
Flores pelo caminho.
Obrigado Mãezinha por nos proteger nas nossas viagens!
Além de ser um lugar de beleza natural fantástica, também aqui se torna um local de fé e devoção, as pessoas levam pertences para agradecer a Maria, Mãe de Jesus, as graças alcançadas através da fé que as pessoas tem Nela. Se você não crê, respeite a fé dos outros. Se crê, aproveite para agradecer pelo que achar necessário.
Depois de alguns momentos de agradecimento, nos despedimos da Gruta Nossa Senhora de Lourdes, e com sua benção, seguimos nossa aventura para mais um lugar que ainda não conhecíamos.
Mais alguns quilômetros em direção à Urubici, e mais uns 8 quilômetros de chão batido, fomos visitar as Cavernas do Rio dos Bugres.
O local fica localizado em uma propriedade rural, onde existe uma pequena pousada com o mesmo nome. É cobrada uma taxa de visitação de R$ 5,00 por pessoas, muito justa, e assim os visitantes poderão subir por uma estradinha íngreme por cerca de 300 metros, e chegar as cavernas.
Procurei um pouco de história, e encontrei um texto sobre as cavernas:
Os túneis são bem grandes, na maioria de sua extensão, é possível ficar de pé.
Um nada simpático morceguinho...
São vários túneis interligados, alguns acabam em nada, outros tem saídas/entradas pelo outro lado.
Aqui temos duas entradas/saídas interligadas.
Para quem gosta de história e geografia, ou por coisas diferentes, esse é um lugar bem legal para conhecer. reserve no mínimo uma hora para visitação. Vale a pena.
Pois bem, visitados esses dois locais inéditos, chegou a hora de pegar um trecho de estrada novo, no qual ainda nunca tínhamos rodado. Seguimos pela SC 110 até a BR 282, pegamos a esquerda, e fomos até entrada para Rio Rufino e Urupema.
Pensei em parar em Rio Rufino para fazer algumas fotos da cidade, mas quando percebi, já tinha passado por ela! É uma vila!
Seguimos adiante então pela SC 112, por uma estrada muito bonita. A altitude foi aumentando, então avistamos nosso principal destino: o Morro das Torres, ou Morro das Antenas como também é conhecido.
O Morro das Torres é um acidente geográfico do Sul do Brasil que se situa na divisa de Rio Rufino e Urupema, em Santa Catarina. É um dos locais mais frios do Brasil, sendo definido pelo Geólogo Geraldo Barfknecht como o "mais fantástico paraíso climático do Brasil", o único lugar do país onde o sincelo (nevoeiro congelante) acontece com tanta frequência e intensidade. Em curto intervalo de tempo, no Morro das Torres podem ser registrados quatro fenômenos diferentes: chuva granulada, chuva congelada, neve e sincelo.
Do topo, permite excepcionais vistas num raio de 65 quilômetros, com uma cachoeira que congela completamente e assim permanece por vários dias, em fortes ondas de frio.
O Morro das Torres é um acidente geográfico do Sul do Brasil que se situa na divisa de Rio Rufino e Urupema, em Santa Catarina. É um dos locais mais frios do Brasil, sendo definido pelo Geólogo Geraldo Barfknecht como o "mais fantástico paraíso climático do Brasil", o único lugar do país onde o sincelo (nevoeiro congelante) acontece com tanta frequência e intensidade. Em curto intervalo de tempo, no Morro das Torres podem ser registrados quatro fenômenos diferentes: chuva granulada, chuva congelada, neve e sincelo.
Do topo, permite excepcionais vistas num raio de 65 quilômetros, com uma cachoeira que congela completamente e assim permanece por vários dias, em fortes ondas de frio.
De fácil acesso, com muros de taipas (muros de pedra basalto) com grande extensão, constituindo-se em um dos melhores pontos do Brasil par observação de queda de neve, quando a vegetação arbustiva fica com grossas camadas de gelo, formando o sincelo.
O Morro das Torres, também conhecido como Morro das Antenas, na verdade, tem como nome original Morro da Serra do Campo Novo, que deveria ser restabelecido pelo Município de Urupema, que o nome original também é outro, "Urupemba", que significa peneira de palha ou pássaro ligeiro, na língua dos Índios Kaigangs, os verdadeiros primeiros moradores da região.
A altitude do Morro das Torres é de 1.733 metros, e tem um marco geodésico do DSG (Ministério do Exército), em seu ponto mais elevado.
Fonte: Wikipédia.
Agora, vamos as imagens desse magnífico lugar!
O dia estava lindo.
Registrei a altitude, e nem era o ponto mais alto do Morro.
Rio Rufino
Urupema
Eu particularmente sou apaixonado por montanhas, então não é preciso dizer que amei este lugar. A infraestrutura do nosso turismo já foi pior, tem uma belo mirante no local, com 3 andares de altura, com dois níveis fechados, com vidros, para que as pessoas possam apreciar a paisagem em um local fechado, porque no inverno as temperaturas aqui devem ser terríveis! Com frequência são registradas temperaturas negativas no inverno, com picos de -10°C, e a sensação térmica chegando a -20°C.
Veja no link abaixo, as imagens do sincelo.
Mirante congelado.
Sincelo na vegetação
Seguindo nosso caminho, fomos visitar a "Cascata que congela". Isso mesmo, esse é o nome da cachoeira. Achei um pouco de falta de criatividade, mas...
Seguimos por uma estradinha por cerca de 1 km, e chegamos!
Só deve ser legal mesmo quando congela, porque nem água tinha...
E para chegar até lá é uma boa escadaria bem inclinada...
Bem, como não poderia deixar de ser, seguimos até Urupema, para registrar nossa passagem pela cidade. Algumas fotos no centrinho, e agora é voltar para casa.
Foram mais 140 quilômetros até a Serra do Rio do Rastro, numa estrada muito bem asfaltada, e quanto mais próximos, mais ia aumentando o frio... Logo após passar por Bom Jardim da Serra, pegamos um forte nevoeiro, e chegando na Serra do Rio do Rastro, chuva, muita chuva!!
Estávamos com saudades da sempre simpática Dona Nely, que sempre nos atende muito bem! A melhor parada da Serra do Rio do Rastro, com toda certeza!
Visite a página do café Alto da Serra no Facebook clicando aqui.
Foi tenso...
Mas com a benção de Maria chegamos em casa molhados e cansados, mas sãos e salvos, e com essa história maravilhosa na bagagem, a qual compartilhamos com vocês!
Um grande abraço a todos, obrigado pela leitura, e até a próxima!
Alê & £isi.
Acompanhe abaixo o vídeos dessa aventura: