Quem somos: Alê, £isi e Fazer

Quem somos: Alê, £isi e Fazer
Alessandro Martinello, Executivo de vendas, projeto de roqueiro, aventureiro de plantão; e Lisiane Potrikus Martinello, Historiadora. Nosso gosto por viagens de moto começou por acaso, num pequeno passeio feito num domingo à tarde. A paixão foi crescendo cada vez mais, e as viagens foram ficando mais longas e elaboradas. Viajar de moto é a atividade mais íntima que um ser humano pode ter, pois sozinho, dentro do seu capacete, tendo somente o barulho do vento como companheiro, você tem a chance de pensar em nada, e somente observar toda a beleza do caminho. É sentir o calor do sol e o frio da chuva. Não é ver a paisagem, é fazer parte dela.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Serra do Rio do Rastro - Morro da Igreja - Serra do Corvo Branco


Todas as fotos de Alessandro Martinello e Lisiane Potrikus Borges.Se copiar, favor citar a fonte.

26 e dezembro de 2.009. Tempo bom, nada pra fazer... Olhei pra Lisi e convidei: vamos na serra? Nem preciso dizer a resposta não é mesmo? Claro que saimos um pouco tarde... mas nada que impedisse um grande passeio pela Serra Catarinense. Saímos de Criciúma por volta das 10 da manhã, seguimos por Urussanga, Orleans e Lauro Müller, onde se pode visitar o famoso castelo, Uma construção realizada em 1919 por Henrique Lage, maior responsável pelo desenvolvimento da siderugia e da exploração do carvão no Estado de Santa Catarina. Henrique Lage, construiu o castelo para Gabriela Benzanzoni, uma cantora italiana de ópera com quem se casou.

 Castelo em Lauro Müller

                                        Castelo em Lauro Müller


Pois bem, seguimos caminho então em direção a Serra do Rio do Rastro. Passamos por pela vila Guatá, de onde se começa a subir por um asfalto muito bom, já uma subida considerável e muitas curvas. A paisagem começa a ficar bonita. Existe um hotelzinho nessa parte de asfalto, antes da verdadeira subida da serra.


                                          Começo da Subida
                                           Começo da Subida


Poucos km a frente chegamos na verdadeira parte da Serra do Rio do Rastro, também conhecida como "Serra do Doze", por ter 12 km de extensão e 12 curvas em cotovelo de 180 graus, sendo que a segunda curva em cotovelo ônibus maiores tem que manobrar, de tão fechada que é. Esta parte é feita de concreto frisado, para evitar derrapagens no, acreditem, gelo que se forma na estrada durante os dias mais frios do inverno. É comum a queda de pedras na estrada, pois os paredões são gigantes e todos de basalto, rocha vulcânica. O visual é de tirar o fôlego, a subida é extremamente íngreme, mas nada que uma 125 com a parte mecânica em dia não dê conta, com garupa e tudo. É bom frisar que o ideal para subir a Serra é a parte da manhã, quando o tempo é limpo, porque se estiver nublado, meu amigo, você não tem mais que 5 metros de visão na neblina, que é impressionante.


                                                               Cachoeira na subida
                                          Cachoeira na subida.








Um pouco mais acima você chega no monumento em homenagem aos tropeiros, que são os verdadeiros construtores dessa descida em direção ao litoral de Santa Catarina. O Rio do Rastro também acompanha toda a subida, com inúmeras cachoeiras de água límpida, não deixe de tomar um gole!


O Rio do Rastro

                                                           Monumento aos Tropeiros


Uma das inúmeras cachoeiras do Rio do Rastro


Então, depois de 12 km de subida íngreme chegamos ao mirante da serra, onde tem algumas lojinhas com lembrancinhas e laqnches. Também há um posto da Policia Rodoviária Estadual. Do mirante se tem uma visão geral do litoral sul de Santa Catarina, podendo-se ver até o mar em dias limpos, mas hoje, 26-12-09 está tudo nublado, e só podemos ver o branco das nuvens, pois estamos a 1.450 metros de altitude. É uma pena não ver nada além da neblina, mas é preciso dizer que é uma visão surreal, você só escuta os passarinhos, sente o vento que nunca cessa, e tenta imaginar o abismo que está a sua frente. Particularmente, gosto assim, quando tem nuvens. Aqui no mirante também é obrigatório você comprar e comer maçã aqui da região serrana, além de ter que dividi-la com inúmeros Quatis que circulam pelo mirante. Sem dúvida uma proximidade com animais selvagens que você não verá nem num zoológico. Lindo de se ver e sentir.


                                     Um café na vista do mirante num dia nublado.
                                    Inúmeros Quatis no mirante.




  E agora, seguindo pela SC-438 em direção a Bom Jardim da Serra, não deixe de visitar a cascata que fica atrás da churrascaria de mesmo nome, bem no pórtico da entrada do Planalto Catarinense.


                                                                  Pórtico da Serra


                                                   Cascata em Bom Jardim da Serra







       Depois de 9 km chegamos em Bom Jardim da Serra, cidadezinha onde não há muito o que ver e fazer, então seguimos em direção de São Joaquim. CErca de 30 km depois, chegamos a pousada Snow Valley. Aqui almoçamos e fizemos uma rápida visita, mas se você quiser, aqui tem hospedagem, passeio ecológico, tirolesa e muita aventura. Não deixe de provar Suco de Amora. 
Mais 10 km, sempre pela SC-438 e chegamos a São Joaquim, sem dúvida a capital das cidades serranas de Santa Catarina, e a cidade mais fria do Brasil. Aqui, no inverno, as temperaturas são freqüentemente negativas, chegando a picos de -10ºC, e também neva sempre no inverno. Se você vier no inverno, cuidado com o gelo na pista!


Nossa valente YBR no planalto!

Igreja Matriz de São Joaquim, toda de basalto.

Vários monumentos, muita coisa para se ver.

Esse é o famoso lago que você vê congelado durante o inverno no Jornal Nacional.



             São Joaquim é parada obrigatória no planalto Catarinense, mas então voltamos pela SC-438 e pegamos a SC 430, entrada para Urubici,  outra cidade serrana, porém não tão conhecida, a cerca de 60 km de São Joaquim. Na chegada da cidade, não deixe de visitar as inscrições rupestres feitas por indios que habitavam esta região à cerca de 4.000 anos. É um patrimônio histórico sem igual na região sul.



É um paredão cheio dessas incrições, imperdível!





            Logo que chegamos a cidade, pegamos uma estradinha de terra à esquerda de quem chega, onde fomos até a Cascata do Avencal. Não há placas nem indicações, o jeito é se informar com os habitantes onde é a entrada, mas é imperdível, uma estrada com cerca de 5 km, onde você passa por dentro de propriedades, vê uma réplica de um esqueleto de Tiranossauro e muito mais. Não é possível chegar até a cascata de moto, então jeito é pegar uma trilha leve de cerca de 1 km até a cascata, que tem 100 metros de altura. Veja nas fotos se é possível deixar de conhecer uma maravilha dessas!


Esse é o caminho!

Um T-rex!

Cuidado que o sogro é bravo!

Primeira visão da Cascata

Não tem palavras!

O esforço é recompensado!

100 metros de queda d'água

Cascata do Avencal, Urubici, Santa Catarina


            Pois bem, depois dessa maravilha da natureza, vamos para outra! Urubici detém os dois maiores picos de Santa Catarina, o Morro da Boa Vista, com 1.827 mts de altitude, e o Morro da Igreja, com 1.822 mts, este mais famoso, por ter um acesso asfaltado até o topo. Mas antes são cerca de 10 km de estrada de chão, depois mais cerca de 25 de subida íngreme, mas íngreme de verdade, onde nossa Factor pediu a primeira várias vezes. O asfalto é bom, porém estreito. Paisagens de beleza sem igual. Lá no topo, tem um portão aberto dizendo: "proibida entrada". Ignore a mensagem, e siga mais uns 2 km até o topo do Morro da Igreja, onde também ficam os radares do Cindacta, órgão da aeronáutica responsável pelo controle do tráfego aéreo do sul do Brasil. Novamente não tivemos sorte pelo fato do tempo estar nublado, não vimos muita coisa, mas garanto que a visão daqui é impressionante. Existe uma formação rochosa chamada "Pedra Furada", o qual o topo de uma montanha de basalto tem um furo, como se fosse uma janela para uma das vistas mais lindas do sul do Brasil. Num próximo tópico do blog postarei outra viajem até aqui num dia sem nuvens. 



Morro da Igreja, ali atrás é a janela furada

Acima das nuvens, como num avião

Poderia estar mais conservado, se não fosse alguns vândalos que se dizem turistas

Cindacta


Nossa YBR 125 no topo de Santa Catarina!

Estrada que leva até o Morro da Igreja.


            Depois de visitado o Morro da Igreja, tínhamos duas opções: voltar pela Serra do Rio do Rastro ou encarar mais uns 60 km de estrada de chão e descermos pela Serra do Corvo Branco, simplesmente a estrada mais perigosa da Região Sul. Nosso espírito aventureiro falou mais alto, e seguimos para a Serra do Corvo Branco. A estrada é péssima, muita pedra, muito buraco, mas vale a pena. A Serra do Corvo Branco é uma maravilha da natureza e da engenharia, pois, achar uma passagem e fazer uma estrada por ali não deve ter sido tarefa fácil... Um pedacinho da estrada é asfaltado, onde as curvas são mais perigosas, os paredões são gigantescos, novamente tivemos que encarar a neblina pesada na descida, mas ainda assim conseguimos algumas fotos. 



Garganta que dá acesso a Serra do Corvo Branco

Tentando ver alguma coisa

Sim, é por ai mesmo que se desce

Estrada magnífica

"Que a paz prevaleça na Terra"

Já estrada de chão.

Passamos por lá mesmo....

Visões da Serra.

Uma 'pedrinha' rolou pouco antes de passarmos...

Já no 'chão', em Braço do Norte

      E, quando chegamos no 'chão', ainda tínhamos uns 80 km  até Criciúma, e não podia faltar uma chuvinha pra fechar com chave de ouro este passeio maravilhoso pelo planalto serrano! Em breve postarei outra viajem pelo mesmo roteiro, só que com tempo bom e fotos maravilhosas das paisagens!


375 km depois, em casa novamente!

Não deixe de ver o Vídeo desse passeio: