Quem somos: Alê, £isi e Fazer

Quem somos: Alê, £isi e Fazer
Alessandro Martinello, Executivo de vendas, projeto de roqueiro, aventureiro de plantão; e Lisiane Potrikus Martinello, Historiadora. Nosso gosto por viagens de moto começou por acaso, num pequeno passeio feito num domingo à tarde. A paixão foi crescendo cada vez mais, e as viagens foram ficando mais longas e elaboradas. Viajar de moto é a atividade mais íntima que um ser humano pode ter, pois sozinho, dentro do seu capacete, tendo somente o barulho do vento como companheiro, você tem a chance de pensar em nada, e somente observar toda a beleza do caminho. É sentir o calor do sol e o frio da chuva. Não é ver a paisagem, é fazer parte dela.

domingo, 28 de abril de 2019

Italia: a grande mudança!

Olá a todos os nossos amigos e leitores!
Novembro de 2018 foi o mês "M", e dia 19 foi o nosso dia "D".
Neste dia iniciamos nosso mais ambicioso projeto de vida, uma grande mudança!
Estamos partindo para viver na Itália, na Província de Mantova.
Não vamos descrever aqui nossa vida pessoal, continuaremos a focar em viagens, turismo, e novos lugares e conhecimentos!
Mas, essa grande mudança, requer uma grande viagem, por isso vamos relatar aqui como foi nossa viagem de Criciúma, Santa Catarina, para Mantova, Itália.
Mantova, uma Província da Região da Lombardia, no norte da Itália, foi eleita por nós por conta de que temos alguns conhecidos por lá, que vão nos receber e nos dar uma força até podermos andar com nossas próprias pernas.
Apesar de ser uma viagem incrível, a semana que antecede a viagem é um pouco triste, pois são muitas despedidas: trabalho, colegas, grandes amigos, e principalmente a família, que vão ficar para trás. Só quem passa por uma experiência dessa, de mudar para um local muito distante, com uma cultura diferente, língua diferente, sabe do que estamos falando.
Fazer uma mudança desse nível é como nascer novamente. 
Vai ser preciso aprender o novo, até a falar é preciso aprender novamente.
Mas é uma experiencia fantástica. É preciso saber lidar com medo, frustração, esperança, preconceito... Temos um "nome" no nosso País, temos uma carreira. No Brasil, era o Alessandro da Yamaha, mais recentemente, o Alessandro da BMW. 
Lá fora, isso não me vale de nada. Meu diploma não vale de nada. O que vale é o que somos como seres humanos e nossas experiencias.   Veremos o que nos aguarda no Velho Mundo.

Nosso amigo Pércio nos levou até o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.




Chegando ao aeroporto: começando a cair a fixa de verdade.


Foi pouca bagagem... imagina andar com isso tudo em somente dois adultos...


A felicidade na cara de quem vai andar de avião pela primeira vez!


Aqui também pode-se ver a minha cara de felicidade em saber que vai andar de avião...

  
Legal foi que vários amigos nossos acompanharam nossos voos, nos enviando a localização pelo aplicativo Flight Radar.


O Jorge adorou viajar de avião, foi só alegria e felicidade!! 


a Lisi também adora voar, já eu nem vou colocar nenhuma foto.


Ultimo por do sol no Brasil... Sol agora só na Europa...


Passando perto de "casa"


Agora, no chão, é possível sorrir novamente. 


O nosso voo de Porto Alegre até Guarulhos foi bem tranquilo. O avião, um Airbus A321, prefixo
PT-MXM, é bem apertado, veio lotado, e só a água é de graça. Se quiser comer algo, é tudo cobrado. 
A parte ruim foi que no embarque, já na porta do avião, tivemos que despachar uma mala de mão porque não tinha mais lugar na cabine do avião. O pessoal da Latam nos falou que chegando em Guarulhos, era só mostrar o recibo da bagagem, que o próprio pessoal deles iria pegar a nossa bagagem. Grande mentira! Nosso voo tinha conecção internacional, então eu tive que sair da área de embarque para o saguão do aeoroporto, e não pude mais voltar, pois a Lisi e o Jorge estavam no desembarque doméstico!! A minha sorte foi que levei meu passaporte comigo, pois tive que sair por fora da área de embarque, e ir para a a área de embarque internacional, uma verdadeira correria, pois o voo saiu de Porto Alegre já bem atrasado, ainda bem que estava com o celular, avisei a Lisi para ir direto, por dentro da área de desembarque domestico para a área de embarque internacional. sozinha,com o Jorge, e mais duas malas de mão bem pesadas!!
Mas tudo bem, consegui falar com ela por celular, segui para a área de embarque internacional, procurei o portão que constava no bilhete, cheguei lá e, surpresa! Só tinha um bilhete no portão dizendo que o portão de embarque para Milão tinha mudado!!! E para um portão bem distante daquele!! Agora, dentro do aeroporto não tinha sinal da Tim, não tinha como avisar a Lisi, que agonia!! Depois de uns intermináveis 15, 20 minutos, entrou sinal, a Lisi me ligando apavorada para me avisar que o portão não era o que estava no bilhete, enfim, conseguimos nos encontrar e seguir para o novo portão de embarque. 
Que desorganização da Latam, uma falta de comunicação incrível, o voo em cima da hora, reclamei veementemente sobre os fatos do portão e da bagagem, mas para a Latam, foi só mais um. 
Sorte nossa que o voo para Milão também estava atrasado (não diga!), e deu tudo certo. Ainda tivemos que pegar um ônibus, andar uns 20 minutos dentro do aeroporto, até chegar ao avião, um Boeing 767/300. Embarcamos pela escada, que parecia não ter fim depois daquela correria toda. 
Uma verdadeira bagunça.


Nossos últimos instantes no solo Brasileiro.

Agora refeitos da tensão e correria, devidamente instalados no Boeing 767/300 prefixo PT-MSW, 
consegui relaxar um pouco, e nem tive tempo de ficar apavorado na decolagem. Agora estamos finalmente a caminho a Itália
.

Antes mesmo da decolagem, o Jorge já estava se divertindo com o entretenimento da aeronave. Logo em seguida, depois da decolagem, com o avião estabilizado, ele pegou no sono, e assim foi até a África. Não deu tempo nem de comer!



Quando não é bom, eu falo, mas quando é bom também elogio. Muita gente reclama que a comida a bordo da Latam é ruim, mas eu não posso dizer o mesmo. O Prato que escolhi, tortellini, estava muito saboroso, quentinho, muito bom mesmo. A quantidade servida foi suficiente. Optei por suco em detrimento ao refrigerante, e não pedi, e também não vi ninguém bebendo bebidas alcoólicas. 
Enfim, jantei no Espirito Santo. 



A viagem estava bem tranquila, e 2 horas apos a decolagem, já estávamos voando sobre o
 Oceano Atlântico, na costa da Bahia.

Foram poucas as vezes em que tivemos alguma turbulência bem leve, a viagem foi muito tranquila. 




O Jorge dormiu a noite toda, e acordou esfomeado sobre a África! Pedi algo para ele comer aos comissários, que prontamente apareceram com bolinhos. O serviço de bordo foi muito bom. 






Sobrevoando algum lugar da Argélia.



Deixando um pouco o pavor de lado, eu consegui fazer algumas fotos da Africa. 




Admirado com a vista...


O voo seguiu bem tranquilo.


Sobrevoando a França.


Sobre a Itália, quase chegando.



E finalmente, no chão!!!

Resumindo nosso vôo foi bem tranquilo, com alguma turbulência ocasional muito fraca.

Agora vou descrever como foi nossa chegada, foi tudo muito rápido, uma verdadeira correria, pois chegamos no limite do horário para pegar o trem do aeroporto de Malpensa, em Milão, para a estação Central de Milão (Milano Centrale), então não fiz fotos, pois estávamos com toda aquela bagagem, e aqui já deixo uma dica muito importante: aqui na Itália, todos os tipos de "carrinhos" (de supermercado, e incluindo aqueles de aeroporto, para levar bagagens), exigem que você coloque uma moeda de 1 ou 2 Euros, então TRAGAM MOEDAS!!!
Nós não tínhamos moedas, não sabia onde conseguiria trocar cédulas, então, não consegui pegar um carrinho, tivemos que levar tudo na mão!

Como nós estávamos bem na frente do avião, assim que este parou, saímos o mais rápido possível para a imigração, a fim de não perder tempo na fila. Por sorte, não tinha chego mais nenhum outro vôo naquele momento, então chegamos aos guichês de imigração vazios. Rapidamente, eu peguei nossos passaportes, e falei em um bom italiano ao atendente:
Buongiorno, questa è la mia famiglia! 
E entreguei os três passaportes. Ele me respondeu o bom dia, e somente perguntou:
Sta a lavoro o a vacanza? (Está a trabalho ou em férias), respondi que em férias, ele carimbou nossos passaportes, me entregou de volta e me disse:
"Benvenuto a L'Itália!"

Foi muito rápido, tranquilo, sem nenhuma pergunta a mais. Vale lembrar que já ouvi falar aqui que em Milão a imigração é mais tranquila que em Roma, mas essa foi minha experiencia, não quer dizer que seja sempre assim. normalmente eles são mais criteriosos, e fazem mais perguntas. Creio que o grande segredo seja fazer como fizemos: sair do avião o mais rápido possível, e chegar rapidamente à imigração.Também tínhamos toda a documentação em mãos: eu sou cidadão Italiano, mas não tinha o passaporte Italiano, então trouxe comigo os documentos originais do reconhecimento da cidadania, certidão de casamento devidamente traduzida e juramentada, passagens de volta, carta convite (uma carta que uma pessoa que mora na Itália, dizendo que vai nos hospedar na casa dele, devidamente assinada por essa pessoa. Na falta desta, o ideal é ter papéis com reserva de hotel).

No nosso caso , não precisamos de nada disso, mas é melhor ter e não precisar do precisar e não ter!

Enfim, passamos pela imigração, pegamos as malas no saguão e seguimos, penosamente, até a estação de trem que fica dentro do aeroporto de Malpensa. Mas é longe, o aeroporto é muito grande, e não foi nada fácil. Não se esqueçam das moedas de euro!

Chegando na estação, comprei os "bigliettos" para Milano Centrale, sempre sendo cordial:

Buongiorno signora, tre bilheti per Milano Centrale, due adulti e uno bambino.

Pagamos 13 Euros por adulto e 6,50 euros para criança, e fomos para o "binário" (local onde o trem para, em Malpensa são 3 binários, 1 e 2 juntos, tem acesso pela mesma escada, e o 3 tem acesso por outra. Na pressa, não olhei direito, e descemos para o binário 3, mas o nosso trem parava no binário 2.

Meu Deus! estava em cima da hora, e tivemos de subir a rampa de volta, para descer na outra, com uma tonelada de malas!!

E aqui meus amigos tem um detalhe muito, mas MUITO importante: quando se pega um trem, antes de entrar no trem, é preciso validar o bilhete. Isso se faz em máquinas espalhadas pela estação: você pega o bilhete, que varia do formato de um cartão de crédito ou de um cheque, em papel duro, como uma cartolina, e introduz nessa máquina, que vai carimbar o horário que você está fazendo isso. Isso é para o controle deles, pois se você não validar ou "timbrar" o bilhete, você pode usar esse bilhete em outro trem, outra viagem, entende? Então se o fiscal te pede o bilhete no trem, e o mesmo não está "timbrado" você é multado em 250 euros.

Na porta do trem, tinha um rapaz, um fiscal, da empresa ferroviária (eles não te pedem nada, você entra no trem, sem mostrar nada, mas o fiscal pode te pedir o bilhete durante a viagem), então perguntei a ele se aquele era o trem que ia para Milano Centrale, ele respondeu positivamente, então perguntei a ele onde eu validava (em italiano CONVALIDAR) o bilhete, e ele me disse que era lá em cima, ao lado do guichê onde eu comprei a passagem.
Meu Deus, teria que voltar lá, o trem estava quase saindo, não ia dar tempo, ele percebendo que eu não sabia disso, pegou nossos bilhetes, deu um pequeno rasgo no meio do bilhete, e nos devolveu os três. Disse que eu podia ir porque não daria tempo de ir lá convalidar. Ele foi bem gentil, graças a Deus.


Este é o bilhete do Aeroporto até a Estação Central de Milão. Na foto dá pra ver o rasgo que o fiscal fez no bilhete.

Enfim, já no trem, seguimos viagem para Milano Centrale por uma hora, e eu e a Lisi conversando entre nós, uma mocinha que estava ao lado perguntou: Vocês são brasileiros? Que coisa, menos de uma hora na Itália já encontramos uma brasileira no trem! Ela nos explicou como fazer para pegar o trem para Mantova em Milano Centrale, e nos deu mais algumas dicas. Não me lembro mais do nome dela, mas sou agradecido.

Chegamos em Milano Centrale no Binário 1, e dentro da estação comecei a procurar a bilheteria, e não sei se por ansiedade, não consegui achar! Então comprei o bilhete nas máquinas automáticas, é bem fácil, você escolhe a lingua de atendimento (não tem português), e compra self-service, coloca o dinheiro e a máquina te dá o troco.
Mas como sou bem sortudo, aquela máquina estava sem dinheiro para troco, então saiu uma espécie de "vale" no valor do troco, para que eu pudesse usá-lo para comprar outra passagem, em outra ocasião.
Ao procurar o local de embarque, descobri que o binário do trem que vai para Mantova  é o numero 25. Nós estávamos no binário 1. Milano Centrale tem 25 binários, não podia ser mais longe, que coisa!
Mas tudo bem, tínhamos 40 minutos até a partida, então deu tempos de irmos até lá tranquilamente.
Uma passadinha no banheiro, a 1 euro por pessoa, e desta vez validando o biulhete corretamente, pegamos o trem e seguimos para Mantova, numa viagem por cerca de 2 horas. Já era noite, (5 da tarde), e não conseguimos ver muita coisa pelo caminho.


Este é o bilhete de Milão para Mantova. Vale ressaltar que a passagem para Mantova, apesar de ser bem mais longa, é mais barata, pois comprei de segunda classe. Do aeroporto para Milano Centrale é classe única, por isso é mais cara.


Esse é um detalhe do carimbo da convalidação do bilhete.

Chegando em Mantova, nosso contato estava lá, e fomos até a sua casa a pé, distante a um quarteirão da estação de Mantova. Chegava ao fim a viagem, das 11 da manhã do dia 19 de novembro de 2018, de Criciúma, SC, até Mantova, Província de Mantova, na Itália, às  8 da noite, 5 da tarde no Brasil, totalizando 30 horas de viagem. Relativamente rápido.

Este é um breve relato, se alguém quiser alguma informação mais precisa, pode nos perguntar que responderemos assim que possível.

Agora, nosso Blog passará a mostrar os lugares que visitarmos aqui na Itália.

Um grande abraço, e obrigado pela leitura!

Alê e Lisi.