Quem somos: Alê, £isi e Fazer

Quem somos: Alê, £isi e Fazer
Alessandro Martinello, Executivo de vendas, projeto de roqueiro, aventureiro de plantão; e Lisiane Potrikus Martinello, Historiadora. Nosso gosto por viagens de moto começou por acaso, num pequeno passeio feito num domingo à tarde. A paixão foi crescendo cada vez mais, e as viagens foram ficando mais longas e elaboradas. Viajar de moto é a atividade mais íntima que um ser humano pode ter, pois sozinho, dentro do seu capacete, tendo somente o barulho do vento como companheiro, você tem a chance de pensar em nada, e somente observar toda a beleza do caminho. É sentir o calor do sol e o frio da chuva. Não é ver a paisagem, é fazer parte dela.

sábado, 1 de julho de 2017

Florianópolis - Santa Catarina

Olá a todos os nossos amigos e leitores!
Claro que já visitamos Florianópolis várias vezes, mas o único passeio até a Ilha da Magia que havíamos postado até então foi quando visitamos as comunidades de Santo Antonio de Lisboa e Sambaqui, no já distante janeiro de 2015. 
Desta vez colocamos em prática um velho projeto, que era o de dar uma volta completa na Ilha de Santa Catarina, indo ao extremo sul de Florianópolis, e de quebra fazer uma visita à 

Fortaleza de São José da Ponta Grossa

que fica no extremo norte da ilha.
Venha conosco descobrir as belezas desse lindo passeio!

Abaixo, a nossa rota, por mais de 150 km somente dentro da ilha.



Com o trajeto decidido, pegamos a estrada bem cedo, por volta das 5:30 da manhã do dia 18 de junho, ainda com o céu estrelado e um calor incomum para esta época do ano, a poucos dias do inicio do inverno. 
Nossa viagem até a ilha foi bem tranquila, seguindo de Criciúma pela BR 101 hoje totalmente duplicada, rodando 190 km até a Ponte Pedro Ivo Campos, que liga o continente até a ilha. 


Nossa primeira parada foi nesta padaria, para fazer um lanche, que por sinal estava muito bom, mas o café estava frio...
Seguindo mais para o sul, em direção ao Ribeirão da Ilha, as paisagens começaram a ficar muito bonitas. Vale citar que fomos ao sul da ilha pelo lado oeste, entre o mar e o continente.



Achei esta Iemanjá meio estranha, mas se está lá vamos mostrar!




Seguindo a diante, atravessamos a chamada "Rota Gastronômica", onde há dezenas de pequenos restaurantes, na sua maioria em casas muito antigas, que servem ostras, frutos do mar e outros petiscos.






Igreja de Nossa Senhora da Lapa, no Ribeirão da Ilha


Esse restaurante fica em um trapiche!



Continuamos indo ao sul por belas paisagens


Essas boias são criação de ostras.





Chegando até mais ao sul onde é possível, encontramos a comunidade de Caieiras, de onde você pode fazer uma trilha até o mirante no alto do morro, e ver a Praia de Naufragados, onde só se chega a pé, fazendo a trilha. 







Como não haveria tempo para fazer essa trilha, voltamos pelo mesmo caminho até um estradinha de chão batido que vai nos levar até o extremo sul do lado leste da ilha. 







Por aqui a impressão que se tem é que estar no interior de Urussanga, com pastagens e algumas plantações. Mas logo foi possível avistar o mar novamente.





Finalmente chegamos ao Rio das Pacas, na praia da Solidão. Uma praia belíssima,  e como o nome diz, em afastada e distante de tudo. Amamos o lugar, de onde você pode fazer uma pequena trilha e visitar uma cachoeira, ou então vir mais preparado e subir o morro do saquinho, e com certeza ter uma bela visão do Costão do Saquinho e Naufragados. Fizemos uma parte da trilha da cachoeira, mas como não estávamos com roupas apropriadas ficou difícil seguir, e acabamos voltando. Mesmo assim valeu muito a pena. Aqui com certeza voltaremos no verão...




Um gatinho pelo caminho da trilha.






Não conseguir descobrir o nomes dessas pequenas ilhas que vemos a partir da praia da solidão.



Continuamos a nossa aventura, seguindo adiante passamos por Açores, uma praia muito chic, cheia de mansões, e tocamos em frente.


Apesar de estarmos quase no inverno, pegamos um dia de muito sol e calor, que nos permitiu passear só de camiseta. Chegou a 31 graus neste dia


Chegamos então a outro lugar belissimo, a Lagoinha do Leste. Um pouco mais estruturada, com vários barzinhos e restaurantes a beira mar. O único problema ali é que a comida é muito $$$algada... prepare o bolso...















Depois de chegarmos o mais ao sul possível, foi hora de seguir rumo ao norte da ilha, parando para visitar a Vila Fátima, um recanto religioso com uma vista espetacular!!!












Dali é possível ver a aproximação dos aviões ao Aeroporto Hercilio Luz.



Sem dúvida um lindo visual!




Já ao meio dia, seguimos em frente, rumo norte, pois ainda queríamos visitar  Fortaleza de São José. Passamos pela praia do Campeche, lagoa da Conceição, Barra da Lagoa, Mirante da Lagoa, Praia Mole, Parque estadual do Rio Vermelho, todos lindos lugares para visitar, mas como já conhecemos esses locais, passamos direto para dar tempo de visitar o Forte na praia de Jurerê Internacional. 
Enfim, depois de mais de 100 km rodados dentro da Ilha, chegamos ao nosso principal destino, a 

Fortaleza de São José da Ponta Grossa




Vamos a uma breve história da Fortaleza:
Fontes: Wikipedia e Guia Floripa

A Fortaleza de São José da Ponta Grossa sucedeu um entrincheiramento no local que remontava a 1653. Sob a invocação de São José a construção desta Fortaleza teve início em agosto de 1740, tendo sido concluída cerca de 4 anos após. Em 1760 por determinação do ministro Marquês de Pombal o governador da capitania do Rio de Janeiro, Capitão General Gomes Freire de Andrade enviou o Engenheiro Militar Tenente-Coronel José Custódio de Sá e Faria, do Real corpo de Engenheiros para fazer um levantamento das defesas erguidas pelo  Brigadeiro Luiz Paes na Ilha de Santa Catarina. Como nas demais fortificações procedeu ali pequenos reparos. Para completar a defesa do seu flanco Leste foi levantada a partir de 1765 a bateria de São Caetano da Ponta Grossa. Quando aconteceu a invasão espanhola de 1777 ante o desembarque dos atacantes na praia de Canasvieiras esta bateria foi abandonada por seus defensores que se recolheram na fortaleza de São José, por sua vez também abandonada após ter disparado apenas dois tiros. A Fortaleza foi ocupada pelas forças espanholas sobre o comando de Ventura Caro.











Guarita de Vigilância.


O visual é de cair o queixo.








Logo ao lado da portada, os calabouços!







Tanto esta Fortaleza quanto a bateria que lhe subordinava se encontravam sobre o comando do Capitão Simão Rodrigues de Proença, do Regimento de linha de Infantaria da Ilha de Santa Catarina, oficial experimentado nas campanhas do Sul com Impecável fé e Ofício. Seguindo ordens do governador da capitania Pedro Antonio da Gama Freitas, retirou-se da praça forte no terceiro dia de cerco sem combate. Julgado e condenado por este ato pela coroa portuguesa, durante processo aberto para este fim, morreu na prisão.  A ilha de Santa Catarina permaneceu sob o domínio espanhol até o ano de 1778 quando foi devolvida aos Portugueses pelo Tratado de San Ildefonso.



Bateria de São Caetano: Pequena fortificação construída para aumentar a segurança na parte leste da fortaleza.








De acordo com o levantamento do Alferes José Correia Rangel para a coroa portuguesa, em 1786 o armamento de Ponta Grossa compunha-se de 31 peças de artilharia assim distribuídas 5 de bronze sendo 4 de calibre 12 e uma de calibre 8, 26 peças de Ferro sendo nove de calibre 24, duas e calibre 18, 6 de calibre 12, 6 de calibre 8, uma de calibre 4 e 2 de calire 2. Esses armamentos vieram na sua maioria das fortificações da Bahia, sendo alguns ingleses e outros anteriores ao século XVII.





Durante o relatório de inspeção de 1863, relacionava 29 peças de artilharia, declarando em ruínas.
No contexto da revolução federalista de 1893 a esquadra Rebelde fez aí montar dois canhões raiados nela instalando uma Atalaia. Abandonada ao final do século XIX, os jornais regionais já denunciavam a apropriação indevida de pedras, tijolos, e outros materiais da Fortaleza para construção de moradias pela população local, gerando um pedido de providências formal do Governo do Estado ao Ministério da Guerra.







Tombada pelo antigo serviço do patrimônio histórico e artístico nacional em 1938, a Fortaleza encontrava-se em ruínas. A partir de 1976 por iniciativa do Instituto de patrimônio histórico e artístico nacional (IPHAN) a Fortaleza de São José da Ponta Grossa começou a sofrer intervenções de limpeza da vegetação e consolidação das Ruínas, com vistas a trabalhos de restauro e em 1977 foram realizadas obras de consolidação de emergência em alguns trechos das muralhas, na casa do comandante, na portada, bem como na Restauração parcial da Capela.




Quartel da tropa: O antigo lugar da tropa de soldados dá lugar, hoje, às rendeiras que produzem e comercializam as rendas de bilro.





Em 1987, ao ser cadastrada como Sítio Arqueológico protegido por lei federal, foram realizados os primeiros trabalhos de prospecção arqueológica por técnicos do IPHAM/Fundação Pró-Memória, que tiveram sequência em 1989/1990 dentro do projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina: 250 anos na história brasileira. Com a equipe do museu Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, finalmente em 1991/1992, graças a um convênio da Universidade Federal de Santa Catarina com Ministério do Exército, a primeira assumiu as tarefas de administração e conservação, com recursos da fundação Banco do Brasil, a Fortaleza de São José teve o restante de seus edifícios restaurados. Podendo hoje serem apreciadas as muralhas, o Pórtico, a capela, e o quartel da Tropa.
 A iniciativa foi promovida pelo IPHAN e a UFSC  desde 1992 gerencia a fortificação.










Casa do Comandante: Sobrado de dois andares que também abriga curiosamente o Paiol de Pólvora. A Casa do Comandante expõe “O Cotidiano da Fortaleza de São José da Ponta Grossa – Aspectos da Alimentação” que mostra os hábitos alimentares daqueles que residiam na fortaleza. Além dela, a Casa do Comandante expõe também as peças achadas nas escavações arqueológicas feitas a partir de 1987.




Aqui dentro da casa do comandante tem banheiro, e também muitas informações sobre as outras fortalezas de Florianópolis. 



Paiol de Pólvora: Abriga uma exposição de fotografias que contam a história da restauração da fortaleza.




Belíssima arquitetura... transpirando história por todos os poros...



Coisas que se vê em Floripa...



Capela de São José: Foi a primeira construção a ser restaurada pela UFSC na fortaleza, já que ela ainda é utilizada pela comunidade local.















Para todo lado que se olha, um prato cheio para belíssimas fotos!
Meu amigo Gabriel Mayer do Rotas Sulistas iria adorar!











Fonte de Água: O abastecimento de água potável da região vem de uma fonte de água externa às muralhas.


Ficamos muito felizes por ter a oportunidade de visitar este incrível lugar, que conta a tão esquecida história de lutas e disputas por território entre os espanhóis e portugueses, ainda no estágio embrionário do que se tornaria o nosso país. É por essa falta de cultura ao passado que o Brasil está onde está, pois quem não conhece sua história, não terá futuro.

Agora foi seguir de volta para casa, totalizando 553 km rodados nesta aventura.

Um grande abraço a todos, e até a próxima!

Alê & £isi

Acompanhe também o vídeo desta aventura: